Quando temos um problema que não é muito falado, a primeira coisa que pensamos é: “só acontece comigo”. Mas, a verdade é que a sua condição pode ser a mesma de muitas pessoas, como é o caso da fístula anal. Leia e entenda sobre esta doença.
Embora ainda desconhecida pela maioria da população, a fístula anal é a terceira doença mais comum do ânus,. A necessidade por informação é grande, por isso estamos aqui para esclarecer tudo. Vamos tratar esse assunto sem mitos e preconceitos! Vem com a gente!
O que é fístula anal
Parece que todo e qualquer desconforto anal é identificado pelos leigos como hemorroida. Isso é natural, já que ainda existe uma resistência cultural para falar sobre a região íntima, e a hemorroida é a doença mais conhecida e também a mais comum.
Fístula anal é um orifício que se inicia com um machucado — normalmente causado pelo esforço na evacuação devido às fezes ressecadas — no interior do ânus. Com o passar dos dias, esse machucado aumenta até formar um canal e atingir a parte externa, originando um pequeno caroço enrijecido e dolorido na parte de fora do ânus. O caroço elimina uma secreção amarelada de odor forte — por vezes, sujando a roupa íntima —, irrita a pele, coça e dificulta a higiene da região.
Por que ela acontece?
Como você viu, a fístula é um canal que se desenvolve entre o final do intestino e a pele do ânus, e uma das principais causas é o intestino preso. Outros motivos são:
- Traumatismos anorretais;
- Complicações de cirurgias ginecológicas, obstétricas ou no canal retal;
- Doenças sexualmente transmissíveis;
- Doenças inflamatórias com doença de chron;
Mas, existe tratamento?
Fístula anal: como tratar
Ao contrário da hemorroida, que pode ser tratada com remédios e pomadas na fase inicial, a fístula é uma doença do ânus que requer sempre tratamento cirúrgico, ou seja, não adianta usar pomada, antibiótico ou anti-inflamatório para tratá-la.
Apenas com o exame local o coloproctologista reconhece a fístula, não sendo necessários outros exames. Normalmente, as fístulas começam pequenas e se expandem para outras partes como vagina, períneo, nádegas e testículos.
Quando chegam a esse ponto, são denominadas “fístulas complexas”, pois o tratamento cirúrgico é ainda mais desafiador e, algumas vezes, mais de uma cirurgia é necessária para sanar a doença.
Fissura Anal: como identificar e tratar
Fissura anal é a segunda doença mais comum do ânus, sendo a hemorroida a primeira. Fissura quer dizer ferida, portanto, fissura anal se trata de uma ferida no ânus que geralmente causa dor e dificuldade na evacuação.
A fissura anal é caracterizada por um pequeno corte ou rachadura no revestimento do ânus, que provoca sangramento durante os movimentos intestinais e é uma doença considerada comum, por isso, é importante desenvolver cuidados adequados para prevenção e tratamento.
A maioria dos pacientes, por receio da dor, retém as fezes, piorando ainda mais a situação, sendo que, ao serem eliminadas, se apresentam ainda mais ressecadas e volumosas, abrindo a fissura.
Entenda a seguir quais são as principais causas, os tipos de fissura anal e os tratamentos disponíveis.
Quais são os tipos de fissura anal e os tratamentos existentes?
A fissura anal costuma sangrar e, dependendo do seu grau, pode sangrar muito. Normalmente, o sangue possui aspecto vermelho vivo e costuma aparecer logo após a evacuação. Ela pode ser de dois tipos:
- Fissura anal aguda: a ferida é recente e, se o intestino está em ótimas condições, ela melhora com pomadas e cuidados;
- Fissura anal crônica: é uma ferida antiga, que vem e vai em crises, mas não cura por completo, deixando o ânus sensível, inchado e com uma pele exposta, parecendo uma hemorroida.
As fissuras agudas são tratadas com pomadas cicatrizantes e por meio de uma alimentação laxativa à base de frutas, verduras e líquido, para facilitar o funcionamento do intestino e, dessa forma, contribuir com a cicatrização da ferida.
A fissura crônica é uma ferida antiga, abriu e fechou várias vezes, vem assim há algum tempo, portanto, virou uma cicatriz fibrosa, dura, sem a elasticidade necessária para a evacuação, travando a abertura anal e dificultando a passagem das fezes. Nesses casos, a cirurgia é o tratamento ideal.
Em ambas as situações, evite temperos, bebidas alcoólicas e pimentas até que a região cicatrize (em média, 30 a 40 dias).
O que pode causar fissura anal? É possível prevenir?
Infelizmente existem doenças que não podem ser evitadas, e a fissura anal é uma delas. Qualquer pessoa pode ter fissura anal, e a principal causa é psicológica, pois costuma acompanhar períodos estressantes e delicados da vida, como pós-parto, perdas de entes queridos, doenças na família ou quaisquer situações emocionais que reflitam no intestino, no apetite e, consequentemente, no ânus.
Você não pode evitar, mas pode tratar adequadamente para que a cura seja rápida, portanto, consulte um coloproctologista assim que notar qualquer incômodo na região anal ou a presença de sangue após evacuar.
Dicas da Dra Hilma
A fístula inicia de um ferida no ânus causada normalmente por fezes endurecidas. Adotando uma dieta rica em fibras e bebendo bastante líquido para o bom funcionamento do intestino, você pode evitá-la. E lembre-se: quanto antes o problema for diagnosticado, maiores as possibilidades de um tratamento tranquilo e boa recuperação.
Se você notar secreção amarelada melando a roupa íntima, dificuldade na higiene e um ponto endurecido e dolorido como uma espinha na parte externa do ânus, consulte o coloproctologista.
As fístulas, na fase inicial, são tratadas com cirurgia simples, geralmente indolor e de ótimos resultados. À medida que o tempo passa, torna-se mais longo o caminho da fístula e o tratamento e o tempo de recuperação são mais demorados, podendo ser necessário mais de uma cirurgia para corrigir o problema.
As fístulas mais raras, que são as inflamatórias ou infecciosas, são tratadas com medicamentos específicos e cirurgia.
Muitos pacientes se desesperam porque recorrem a tratamentos sem orientação médica. Ao tentar alternativas como pomadas, banhos de assento e outros remédios indicados por pessoas conhecidas, passam até mesmo a achar que estão com câncer, pois nada resolve.
Isso causa irritação, impaciência e desespero em relação ao tempo e ao dinheiro gastos no tratamento. A doença afeta a vida familiar, profissional e social. Por isso, é importante consultar um proctologista. Lembre-se: alguns casos são cirúrgicos!
Os tratamentos caseiros com banhos de assento mornos compostos por ervas como folha de algodão e trachagem ajudam na redução da dor, pois são anti inflamatórios naturais, mas não resolvem os casos crônicos. Portanto, minhas dicas são:
1- Trate logo no início dos sintomas (ao notar sangramento, dor no ânus ou alguma pele inchada);
2- Consulte o coloproctologista, pois somente pelo exame será possível identificar qual é a doença e o tratamento indicado;
3- Lembre: quanto mais cedo tratar, melhor será o resultado;
4- Evite conselhos;
5- Não use o que uma pessoa conhecida “usou e foi ótimo”. Cada pessoa tem um diagnóstico;
6- Não entre em pânico, conte conosco. E para mais informações, acesse este link!