A coloproctologia é uma área ainda desconhecida e pouco “glamourosa” da medicina. Por isso, muitos me perguntam: por que escolhi ser médica coloproctologista?

Hoje, estou com 37 anos de carreira. Atualmente, tenho um histórico de 4 mil cirurgias de hemorroida e mais de mil de intestino. 

Como minha missão com o Blog Hemorroid Urgente é, acima de tudo, desmistificar tabus relacionados ao tema, resolvi contar um pouco da minha história.

Família 

Primeiramente, cresci em uma família de médicos, na cidade de Juiz de Fora. Desde criança, via a rotina de trabalho do meu pai e como ele era atencioso com os pacientes. Assim como meu avô, que também era médico. 

Muitos atendimentos eram feitos em nossa casa. Inclusive, minha mãe mantinha um quarto com amostras grátis. 

Assim, eu fui crescendo em meio aos livros de ciências médicas. E passava os finais de semana com meu pai no hospital. Pois ele sempre me chamava para ajudá-lo nos plantões.  

Portanto, fazer faculdade de medicina foi uma escolha natural. Logo, me formei na cidade onde morava, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

Cirurgia 

Eu ainda acompanhava meu pai nos plantões de psiquiatria, quando uma amiga me convidou para um plantão de cirurgia. 

Naquele dia, quando entrei no bloco cirúrgico, disse para mim mesma: “encontrei o meu lugar”.  

Gostava muito de atuar nas cirurgias. O que me levou a um momento difícil da minha vida, que foi dizer ao meu pai que eu não seguiria os passos dele na psiquiatria. 

Residência em Belo Horizonte 

Aos 23 anos, me mudei para a capital. Meu objetivo era a residência em cirurgia. 

Passei na prova do Hospital Belo Horizonte, onde o chefe do setor era o Dr. Jaider Siqueira. Acima de tudo, considero que tive muita sorte de trabalhar com ele. Afinal, ele era um cirurgião extremamente habilidoso, caprichoso e que gostava de ensinar.  

Nessa época, tínhamos que morar no hospital. Era tudo muito movimentado, cirurgias a todo momento. Costumo dizer que a maior lição de atuar em cirurgia no pronto-socorro é: aprender a trabalhar com agilidade, habilidade e manter o autocontrole sob pressão.  

Mas é interessante lembrar que quando iniciei essa fase não havia um quarto específico para médicas, pois eram poucas que atuavam nessa área. Então, no primeiro momento, fui morar com minha tia. 

Logo depois, conseguiram um quarto para nós no hospital, no qual morei com mais duas amigas. 

Enfim, tenho boas lembranças desse período. Sou amiga da equipe até hoje. 

Especialização 

Quando optei pela especialização, eu buscava uma mudança de rotina. Uma que combinasse mais com o cotidiano de uma família.  

Alguém me sugeriu a coloproctologia, uma área com poucos profissionais.  

E assim, eu fui fazer outra residência, dessa vez na Santa Casa. Lá, conheci o Dr.Zerbini, um excelente cirurgião coloproctologista. Mais uma vez, tive a oportunidade conviver com um ótimo profissional. Aprendi muito.

Hospital Madre Teresa 

Já médica coloproctologista, fui convidada para atender no Hospital Madre Teresa. Fui muito bem recebida pelas irmãs e por toda a equipe, com quem trabalho há 30 anos.  

Nesse lugar, repeti um costume do pai. Levava meus filhos comigo quando ia realizar atendimentos. Eles gostavam muito. Mas escolheram outras carreiras. 

Consultório 

Em suma, atualmente sou coordenadora  do setor de coloproctologia do Hospital Madre Teresa. Também atendo em meu próprio consultório como médica coloproctologista.

Em síntese, considero que estou realizada na minha profissão. E mesmo com conquistas já consolidadas, continuo investindo em inovação. Como por exemplo, o site de marcação de consultas Hemorroid Urgente. Aqui, faço agendamentos de atendimentos presencial e on-line. 

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